(Mindfulness é “o foco intencional, de aceitação e não-julgamento, de nossa atenção nas emoções, pensamentos e sensações que ocorrem no momento presente.”) (Wikipedia)
Heartfulness é uma maneira de cultivar a conexão com o mundo externo através do centro do meu coração, e internamente com a base do meu ser interior. Começo suavemente, aprendendo a largar minha consciência da região ativa de minha cabeça, movendo-a para dentro do espaço infinito do coração. A sensação é de que este é o meu mais profundo pulso de vitalidade e, como um radar, ele está respondendo a tudo a cada momento. Descobri que ele é como um instrumento musical dentro de mim, um órgão sutil que ressoa, sintoniza, amplifica e transmite uma beleza delicada e intimidades da divina fonte interna. Sempre que nos sentimos profundamente comovidos ou tocados pela vida, é o nosso coração que está nos ajudando a lembrar da nossa profunda conexão com a existência.
Com a meditação, todo esse espaço interno do coração se abriu para um sentimento de infinito, como um universo interno. Se posso me abrir de forma pura e amorosa para o amado dentro de mim, então é como se eu tivesse sentidos internos dentro do coração em um nível mais refinado do que os sentidos (mais) grosseiros do meu corpo. Eles podem ser direcionados para discernir a informação que está sendo dada nas transmissões, para perceber os domínios mais belos e transcendentais do ser; qualidades de coerência, uma felicidade em coro, diferentes manifestações de amor como se fosse um mundo em si. Muitas vezes, é claro, o que está lá, está além da minha compreensão, reconhecido apenas como um vislumbre, um sabor, um aroma, uma música indescritível que mal pode ser ouvida.
Viver plenamente no coração significa manter-se, o máximo possível, em contato com a vivacidade do coração, de modo que suas respostas mais delicadas possam ser ouvidas e seguidas. Isto pode ser sentido apenas como a insinuação de um calor suave, de um bem-estar indicando uma direção ou a resposta a seguir. Mas é a primeira resposta que devemos agarrar, antes que nos convençamos do contrário, com as racionalizações e suas complexidades defensivas.
Ao ensinar estudantes de pós-graduação, durante alguns meses ocorreu um processo interessante. Percebi a diferença entre ensinar mentalmente e ensinar a partir do coração. Quando ensinava a partir da minha mente, muitas vezes tudo era muito complicado e inacessível. Mas quando ensinava a partir do coração, toda a minha compreensão e conhecimento estavam integrados em uma forma de expressão real e mais acessível, que podia tocar as pessoas. Na verdade, nunca sabia qual seria o resultado, tinha que soltar-me e sentir-me centrada em meu coração e aberta em relação ao grupo, e, então, tudo fluía.
Estar focado em meu coração num metrô em Londres, mostrou-me a diferença entre olhar para os meus companheiros passageiros com um olhar de julgamento, rotulando as pessoas, ou, de repente, mudar para um sentimento de compaixão, bem como um sentimento real de compartilharmos juntos a vida e esta jornada, através de nossos corações.
Estar mais focado na consciência do coração também nos deixa mais abertos para o sofrimento e os elementos menos suportáveis da vida atual no mundo. No entanto, parece haver uma razão para as palavras coragem e coração estarem diretamente relacionadas. De alguma forma, este espaço infinito no coração pode se expandir e passar a conter tudo e manter os opostos um ao lado do outro com compaixão, embora eu sinta que isto é trabalho para uma vida.
Heartfulness é uma espécie de presença, uma maneira de estar presente e aberto profunda e constantemente para receber você ou quem quer que aqui esteja neste momento. É entregar-se sem resistência. Esta prática tem me ajudado muito ao acompanhar clientes em psicoterapia durante horas longas e difíceis, enfrentar atrasos e emergências que surgem na vida, até mesmo me ajuda a enfrentar diferentes temperaturas, quentes ou frias, rendendo-me a elas, além de me ajudar a realizar tarefas complicadas. É um pouco como reduzir tudo a este único momento, seguido de outro momento, tocando uma nota após a outra na música.
É um mistério sem fim este coração, tão receptivo, tão integrador e tão preciso em todos os domínios do sentimento – conhecimento. Quanto mais vivemos dentro do seu âmbito, mais alinhados estamos com a nossa fonte e com uma sabedoria maior. Acima de tudo, é um lugar de calor e alegria. Como a lareira de uma casa, ele é fonte de alegria e leveza, significado e alma, o verdadeiro domínio dos seres humanos.